novembro 14, 2008

Da capoeira e da horta para a rua

Depois do peixe espalhado pelo chão, dos camiões a bloquear as estradas, dos professores em Lisboa, temos os alunos também na rua a lançar ovos contra os membros do Governo.

Já todos percebemos que a avaliação dos professores é uma grande trapalhada. A ser levada a cabo nestes moldes vai criar um tremendo mal estar entre os elementos do corpo docente das escolas. O estatuto dos alunos tem igualmente algumas trapalhadas.

Os estudantes que se manifestam nas ruas são no entanto uns pirralhos, que largaram as fraldas recentemente, e deviam estar na sala de aulas a fazer aquilo que devem fazer: estudar e prepararem-se para o futuro. A sua função não é protestar, criticar e dar opiniões: não têm idade nem qualificações para tal. Estas berrarias, arremesso de projécteis (ovos, tomates, etc), alusões à mãe da Ministra e insultos vários só os ridiculariza.

Não estão a pedir professores mais qualificados ou melhores manuais, não se queixam de faltas de material ou bolsas para alunos pobres e com valor, protestam -pasme-se- por as suas faltas serem tratadas do mesmo modo que outros estudantes faltosos. Mas isto é, por outro lado, um castigo merecido para o Ministério que tem sido complacente com o mau desempenho de quem não quer estudar.

A tolerância e o incentivo a estes comportamentos dos estudantes é um mau serviço prestado à democracia. Viver em democracia significa respeitar a autoridade de quem foi eleito, manifestar-se de forma ordeira e, ao voltar a votar, fazer novas escolhas.

É com desgosto que vejo as organizações juvenis de um partido político, oportunistas de ocasião, a entregar folhetos à porta das escolas tentando capitalizar o descontentamento actual e fazerem doutrinação ideológica.

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