fevereiro 08, 2009

Venezuela ... no limiar do abismo

Hugo Chavez Frias, Coronel e golpista perdoado regressado por eleições, prepara-se para submeter a referendo a chamada “Enmienda”que lhe permitiria ser reeleito até que a lei natural da vida lhe faça o mesmo que fará a Fidel Castro e a todos nós.

Entretanto a CNN deu-se ao trabalho de entrevistar o Sr. Frias que iria acabar com os ranchitos e outras misérias que agora ainda mais apoquentam os venezuelanos. Um dos temas foi a violência urbana. Como o esperado o homem desbobinou um conjunto de mentiras. Uma das quais foi que já nos anos 80 Caracas era violenta. Não era: estive lá nessa altura e não coincide com os relatos que de lá me chegam agora. De facto a criminalidade já levou mais de 100 000 vidas desde que Chavez é presidente. Em 1999 a taxa de homicídio era de cerca de 16/100 000 e agora deverá estar acima de 50/100 000. Ou seja 68 000 homicídios podem ser imputados directamente a Hugo Chavez e às suas políticas. No ano passado morreram assassinadas mais de 15000 pessoas ou seja o equivalente a 17 assassínios por dia em Portugal. Caracas é a cidade mais insegura do continente com mais de 135/100 000.

Há alguns dias houve inclusive um linchamento: dada a impunidade com que se faz o crime o povo perdeu a cabeça.

O palavreado torpe e agressivo de Chaves ajuda a aumentar a violência política.

A invasão, saque e destruição da Sinagoga de Caracas (paredes meias com a CNE que está muito bem guardada) durante 4 a 5 horas consecutivas mostra um tipo de violência racista que não se conhecia e é uma consequência do ódio nazi a Israel que Chavez tinha debitado algum tempo antes.

Os grupos paramilitares -que ele arma, protege e financia como o La Piedrita- realiza pressões inaceitáveis sobre os órgãos de comunicação social, jornalistas, estudantes (muitos foram presos com satisfação de Chavez pela campanha do não à Enmienda), Igreja e partidos. Telefonemas agressivos, pinturas nas paredes de Igrejas, granadas lacrimogéneas e bombas, intimidação verbal, ocupação e roubos ou destruição de instalações que deveriam ser ocupados pelos Alcaides da oposição que ganharam as eleições são apenas alguns dos actos de pirataria política com cada vez maior intensidade.

A ameaça está em crescendo com as maiores dificuldades económicas que contudo não afligem a família Chavez: todos viram aumentado o seu património e têm cargos importantes. Os seus apoiantes, os seus capitalistas e os titulares de órgãos de soberania estratégicos têm salários pornográficos.

Apesar de ter perdido o primeiro referendo que pretendia, entre outros objectivos abolir a propriedade privada, Chavez contornou o fracasso “da vitória de mierda” aprovando a chamada lei Habilitante que de facto permitiu denegar, entre outras intenções chumbadas no referendo, este direito nas situações que o poder queira.

Se o “No” ganhar no dia 15 será uma derrota séria para Chavez. Mas ele irá contornar o problema de qualquer outra maneira: não abandonará o cargo no fim do mandato. Se ganhar o Si temos a auto-estrada para uma ditadura Cubanizada, empobrecimento crescente, fome e violência em Venezuela. Temos a esquerda violenta, cega e surda a oprimir os povos e a criar cada vez mais pobres.

Este não era o Ideário de Simon Bolívar que sempre é invocado por estes usurpadores da legitimidade democrática.

Não vejo um fim à vista para esta agonia de um Povo que não merece o pesadelo que atravessa.

Tenho desgosto de não haver uma única reportagem séria nos órgãos de comunicação social sobre o que se passa em Venezuela. A desmontagem das suas políticas na educação, saúde, alimentação e economia é fácil: as duas primeiras já são um falhanço rotundo, a penúltima é um facto, a última falta 1 ano para ocorrer.

Imagem: de um site da resistência em Venezuela.

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