abril 14, 2009

O avô cantigas e as figurantes

Ele faz a festa sem viola e sem louras de perna torneada e aos pulos no palco. Começou por ver o capital como pecado capital. Perorou sobre a classe operária, proletariado e bla-bla. Mas o paleio não traz dinheiro e fez uma retirada para encostar um pouquinho à direita.
Escreveu, escreveu e chegou à conclusão: o capital é bom quando está em boas mãos. E quem decide quando está em boas mãos é agora o seu amo. De parecer em parecer foi amealhando com pareceres porreirinhos, para quem pode pagar, já que o salário de professor não dá para a bucha. De post em post, de artiguito em artiguito foi defendendo de forma canina o amo. E o prémio chegou ligeirinho: voar para Bruxelas um vez por semana e marcar o ponto sexta de manhã para vir almoçar a Lisboa.
Mas não vai sozinho. Com o pensamento numa qualquer Câmara Municipal, ou talvez um assento entre os eleitos da Europa ou talvez ainda um lugar ao sol numa fugida ao Meco (o patrão não aborrece) o coração das acompanhantes está dividido entre vários amores. Salvífica esta desmesurada capacidade de “serviço público” das esclarecidas e decididas sumidades.

A ver pelo que se passa em Terras Lusitanas bem percebemos o mal frequentado que é o Parlamento Europeu e os lambe-botas que “Nós, Europeus …” andamos a eleger para estafar a pouca dignidade que resta à Europa deprimente e rendida à ignomínia. Quem diria que neste continente onde viveu Churchil já não apetece votar nesta farsa trágica.

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