dezembro 27, 2009

Fábrica de Crispações

Ontem no Jornal da Manhã da RTP-1 lá estava o comentador permanente e avençado Rui qualquer-coisa. Segundo ele o Povo é sociológicamente de esquerda (não sei onde foi buscar isto e do que serve), está esperançado na não eleição de Cavaco (que ainda não se candidatou) e arguto como uma doninha detecta crispação política como nunca se tinha visto (pasme-se) em Portugal.

O Qualquer-coisa tem acima de tudo falta de memória ou memória selectiva pois não é do tempo em que Mário Soares apadrinhou desacatos na Ponte 25 de Abril organizados por traficantes. Ou esquece ainda quando Mário Soares andava pelo país a visitar o pior para "lixar aquele gajo" ou ainda Sampaio com "a sua vida para além do deficit" que teve morte prematura na boca do presidente chorão com o Governo seguinte.

Mas afinal o clima de crispação é fácil de criar. Basta o grande líder acordar e dizer.
- Olha, vai ser porreiro pá. Hoje vamos criar crispação. Telefonas ao Ricardo "japonês" para mandar umas bojardas e tu ligas à RTP-1,2, SIC e TVI para aparecerem a ouvir a crispação. Depois metes como reforço o que apanhou pancada no Norte.

Aparecem as TVs, por mero acaso no sítio certo, à hora certa e depois os jornais do regime publicam um ou dois artigos para elevar a crispação ao céu a partir das primeiras páginas.

- Oh, pá. Ainda não foi porreiro! Ligas ao Pinto para fazer outra crispação. Eu passo logo a seguir a fazer de conta que não é nada e com ar de anjinho do Presépio.

E lá vem a RTP-1,2, SIC, TVI bem secundados por jornalistas ansiosos por promoção e comandados por marcelinos a ouvir o Pinto (que não chegará frango e menos a galo) que se apresenta engravatado como um senhor. No dia seguinte os subvencionados JN, CM e Público publicam de novo na 1ªs páginas uma ou duas frases destes fiéis. No fim deste circo, cerco virtual e Tsunami informativo mono-comandado os incautos até acham que existe crispação.

Nada tenho contra a liberdade de expressão de comentadores deste calibre mas, caramba, os partidos que eles servem que lhes paguem. Todo o português paga muitos euros para sustentar este inútil órgão de propaganda e muitos provavelmente até perderam o emprego este ano.

Acabe-se com a RTP: é uma sangria de dinheiros públicos e não presta qualquer serviço público que valha uns cêntimos.

Imagem importada da net

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