maio 17, 2011

O descalabro

Um homem habituado a luxos (carros, apartamentos, hotéis de cinco estrelas) hospeda-se num hotel chique de Nova York. Uma empregada de limpeza entra para lhe limpar o quarto e ele não tem meias medidas: atira-se a ela como gato a bofe para um pedaço de sexo grátis. Não vê um ser humano: apenas uma mulher na qual pretende despejar a libido com a ligeireza que assina cheques de biliões. Uma chatice: ela luta, deixa-lhe uns arranhões, ele deixa uns vestígios biológicos. Empacota a tralhita e aí vai direitinho ao avião para se pôr a milhas e acumular milhas que de NY a Paris são largas centenas.

Outra chatice: encontra uma polícia e um sistema judicial que funciona (mal ou bem) mas que trata todos por igual e vai preso. É homem importante! Que interessam os factos? Nada. A empregada entrou e não devia ter entrado, a empregada devia ter gritado a dizer que estava a entrar, a empregada velhaca não gritou o suficiente para afastar o homem, a empregada "atirou-se ao homem" a descarada, foi uma cilada dos inimigos políticos, a América puritana fez uma vítima. Nem uma palavra sobre uma mulher que ganhando talvez $20 por hora para governar a família se vê abusada, ultrajada e tratada como carne para canhão. Dos colectivos feministas, dos evangelistas progressistas nem uma palavra: exploração da mulher, símbolo sexual, abuso machista, emancipação, etc... nada. Tudo vale e tudo cabe na ética esquerdista que vomita teoria em Berlusconi.

Em Portugal um procurador foi acordado pelo poder político para livrar de uma alhada um camarada dos telefonadores, outros "cagavam-se para o segredo de justiça", crianças abusadas da Casa Pia ainda vivem uma vida de acosso constante,  casos gritantes de corrupção passam em branco e são exibidos como medalhas pelos envolvidos.

Em Espanha O Fiscal Geral Conde Pumpido fecha os olhos à corrupção socialista (Bono, Chaves, Pajin, Grinan, Zapatero, Garzon, Munar, etc). A corruptela socialista fecha, em troca, os olhos aos negócios da família Conde-Pumpido. Um Juiz pede documentos de um caso de corrupção ao Presidente da Andaluzia: este recusa. O Juiz ameaça com processo de obstrução à Justiça. Resulta!  Envia-lhe um contentor com papéis irrelevantes como fizeram os advogados de Carlos Cruz para entupir o processo Casa Pia.

A Justiça dos EUA deu um exemplo de eficácia e isenção exemplares. Há sempre juízes que valem a pena: há sempre Carlos Alexandres, Rui Teixeiras, António Costa Gomes, Alayas, Malarskas que podem fazer uma mulher que ganha $20 à hora tão digna quanto um homem que se hospeda numa suite de $3000 ao dia, uma criança abusada tão digna quanto um ilustre deputado da nação.

A Justiça é isto e é isto que os políticos nos querem tirar: não competem pelo mérito e pelas ideias de servir mas antes pelas artes da vilanagem e da sua dissimulação. Se o conseguirem então não seremos mais iguais por muito que o digam.

PS: Esperanza Aguirre dá-me razão. los socialistas "están borrachos de arrogancia moral"; "(Es símbolo) de la hipocresía de los que mandan al paro a 5 millones de trabajadores mientras van a los hoteles de lujo más caros del mundo y la hipocresía de todas sus feministas de cuota que cargan contra el alcalde de Valladolid y se niega la señora ministra a darle la mano por unas declaraciones –desafortunadas es verdad– pero por la que hay había pedido disculpas, al mismo tiempo que callan y no dicen nada contra el magnate socialista que presuntamente ataca a una camarera (de Libertad Digital)

Sem comentários: