novembro 27, 2014

Isso agora não interessa nada

Saber de onde vieram 25 milhões de Euros, dinheiro para dois apartamentos de meio milhão cada, um palacete em Paris, um Mercedes topo de gama, motorista, fatiotas compradas na costa leste dos EUA e até mordomo é de menos para o estado imbecilizado da nação.

O que interessa é apresentar as sopeiras em crises chorosas de menopausa, um advogado peculiar, uns recados telefónicos e as movimentações em redor. Algum povinho acaba por admirar o tremendo sucesso da criatura e, lá no seu íntimo, a inveja anda de braço dado com a loucura. O regresso de psicoses colectivas com apoio popular como o comunismo, as purgas, o nazismo, as noites de cristal e a queima de bruxas é bem possível nestes tempos de gerações com possibilidade de serem as mais bem informadas de sempre. A distância entre a realidade e o delírio é mais curta que a espessura de um espelho. 

O que interessa não é conseguir uma explicação plausível para a abastança evidente da criatura: o que interessa é continuar a fazer parte do espectáculo. As fugas de informação, tão convenientes que foram para apear Souto Moura, são esgrimidas agora de novo.  A prisão no recato do aeroporto é comparada a uma em centro comercial de um meliante estendido no chão e algemado. O vitimismo e as promessas de lutas contra cabalas preenchem o imbecil colectivo transmitido com a eficácia do ébola pela comunicação social.

O jornalistas cumprem com rigor o culto da personalidade. Os distintos livros de Filosofia francesa realça a classe, a visita da mulher o culto da família e da solidariedade, o casaquinho para o frio, os testemunhos de quem passa por lá atesta a bonomia e descontracção, a visita do decrépito "pai da nação" vazando pus (agora sem as travas que a idade traz mas sempre a bordo de carro e gasóleo da nação) contra as instituições coloca a cereja em cima do bolo. O animal feroz é transformado na menina dos fósforos.

Era altura de um recolhimento enorme e um repensar profundo de vários aspectos que afundam a democracia de forma irreparável:
  • Como pessoas sobem, imparáveis apesar de todos os indícios de falta de idoneidade, pela política acima passando pelo crivo largo dos partidos;
  • Como ganham simpatias e apoios de toda uma casta de jornalistas subservientes e outros tantos políticos que por lá já andam;
  • Como certos magistrados preferem o convívio de braço dado com o poder político ao recato e clausura na dedicação à profissão evitando tentações.
As consequências essas ficaram bem marcadas como "progressos sociais" como lhe chamava o Washington Post: o aborto financiado em doses ilimitadas por dinheiros públicos que mata 20000 crianças por ano, o "casamento" de homossexuais e outras abominações que foram chegando à medida que o dinheiro engrossava contas bancárias.  

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