outubro 27, 2017

Mosquitos por cordas

Vai aí uma indignação pelas palavras de um juiz proferidas numa sentença onde, não se baseou, mas citou a Bíblia: aliás terá sido o Velho Testamento que Cristo veio substituir.

A indignação tem graça pois a Sharia, lei ditada por Maomé, já é aplicada em muitos sítios da Europa e numa base totalmente religiosa sem grandes remorsos nas elites que se indignam.

A história, contada à maneira antiga, é assim:
  • Uma mulher é admoestada pelo marido pois esta põe-lhe os cornos com outro homem (o amante);
  • O amante admoesta a mulher pois esta põe-lhe os cornos com o marido (da mulher, não  haja confusão).
Os dois chateados dão uma mocadazita na mulher: quebrou um contrato com ambos. Quem apanha mais por tabela? O juiz. Que pecado incorre o juiz: moralismo (coisa caducada).

O José da Porta da Loja já desmontou este castelo de cartas dos media mas a coisa tem ainda seiva para mais uns dias e alimentar a industria da indignação. Depois fica tudo murcho ... coisa que não interessa à terrível vítima da justiça (machista, claro).

A minha opinião: a fidelidade é um dever mútuo. A mulher tem-se banalizado: os tempos em que um homem aquecia os punhos com outro homem por uma mulher já lá vão. Elas ajudam nesta mudança de paradigma: nada de queixas portanto e bem vindas à igualdade.

1 comentário:

Matias disse...


O melhor de tudo é ver todos os pseudo-especialistas e especialistas a opinar sobre o acórdão sem sequer lerem o processo.